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Desfile do 2 de Julho mostra tensão política com troca de socos e pontapés entre comitivas


Quatro dias antes do início oficial da disputa pelo Palácio de Ondina, o Dois de Julho expôs as tensões pré-eleitorais entre oposição e base aliada e antecipou o clima de batalha previsto para durar até outubro. De um lado da trincheira,  o grupo liderado pelo democrata Paulo Souto colou no prefeito ACM Neto e capitalizou mais aplausos do que vaias para os candidatos do partido.
Do outro, a caravana do PT saiu dividida, com a banda do governador Jaques Wagner separada da de Rui Costa. Por volta das 9h, a temperatura política ainda não havia subido, quando ACM Neto e Wagner hastearam as bandeiras na Lapinha, junto aos presidentes da Câmara de Vereadores e da Assembleia, Paulo Câmara (PSDB) e Marcelo Nilo (PDT), respectivamente.
Mas os termômetros subiram logo após o fim da cerimônia que dá a largada aos cortejos na Festa da Independência, quando os militantes das duas alas se confrontaram. Nos primeiros minutos do desfile, grupos de integrantes da comitiva do DEM e do PT, que também recebeu o apoio de membros da Central Única de Trabalhadores (CUT) e do Movimento dos 
Sem

 Terra (MST) trocaram socos, pontapés e empurrões.

A confusão começou quando a comitiva do governador, a segunda a sair, partiu sob vaias de populares e militantes políticos posicionados nos arredores do Largo da Lapinha.
Em seguida, veio a do DEM, que foi hostilizada por dezenas de pessoas vestidas com camisas do PT, CUT e MST. Em meio a ofensas, palavrões e agressões físicas, um lado culpou o outro pela confusão e a Polícia Militar(PM) precisou intervir para reduzir a tensão. Mas ela continuou no tom das declarações dos políticos e candidatos.
“É natural. Os grupos organizados, eu diria que a mando do governo, fazem isso. Paciência. Faz parte da democracia”, disse Paulo Souto. Candidato ao Senado, Geddel Vieira Lima (PMDB) também acusou os petistas. “Eu não vi (vaias). Eu vi uma manifestação organizada pelo pessoal do PT, querendo tumultuar o desfile”, declarou.
Mais vaiado do que aplaudido ao longo do desfile e confrontado por populares também com faixas e cartazes, Wagner minimizou o episódio: “É ano eleitoral, cada um quer mostrar a cara, cada um vem com a sua torcida, um aplaude, o outro vaia. Pra mim, é o jogo da política. Eu achei desnecessário aquele momento de tensão, mas o que interessa é que tá tudo bem”.
No mesmo tom que Wagner, Rui Costa disse que qualquer pessoa pública tem que ter preparo para receber manifestações contrárias. “Ou então, é melhor nem ser artista, político, atleta, jogador de futebol. Isso (a vaia) é parte da democracia”, avaliou.
Táticas
Na busca por apoio popular às vésperas da largada na corrida eleitoral, Paulo Souto, seu vice, Joaci Góes (PSDB), e Geddel fizeram o dever de casa. Sorriram para os eleitores, posaram para fotos, acenaram para os que assistiam ao desfile das janelas das casas.
No trajeto, o trio navegou na popularidade mantida pelo prefeito de Salvador após vencer as eleições municipais de 2012. No desfile da oposição, o prefeito democrata concentrou as atenções ao longo do cortejo. Era beijado por idosas, chamado para selfies com jovens, dava autógrafos a crianças, era aplaudido por apoiadores e também vaiado por adversários. Para o candidato do governo, não havia problema nenhum em ficar no segundoplano.( Correio)

Natan Mobuto

Radialista/Locutor na empresa TVNBN

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