ACM Neto escala ex-prefeito que expurgou PT de cidade para coordenar idas ao interior
A decisão também impôs multa de dez vezes o valor de sua remuneração como prefeita.
O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, escalou como um dos principais organizadores de suas idas ao interior o ex-prefeito de Governador Mangabeira, Marcelo Pedreira.
Pedreira ficou conhecido na região que governou por, além da bem avaliada administração, expulsar o PT da sua cidade, antes dominada fortemente pela ex-prefeita Domingas da Paixão.
Em 2004, Marcelo derrotou pela primeira vez Domingas. À época, foi vice de Antônio Pimentel, que ganhou a eleição contra a política. Em 2008 e 2012, porém, Domingas deu a volta por cima, vencendo Marcelo nas disputas municipais, elegendo-se prefeita.
A trajetória da ex-prefeita, no entanto, sofreu um revés. Em 2015, Domingas foi condenada pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia por conduta vedada: utilizou verbas do SUS para promover o então candidato ao Senado, Otto Alencar, em um outdoor com seu nome, o que foi considerado ato de improbidade administrativa. A Justiça determinou multa de R$ 10 mil, além de considerar a conduta como violação dos princípios da legalidade e impessoalidade.
Mais adiante, em 2019, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) suspendeu os direitos políticos da ex-prefeita, agravando sua situação e a tornando inelegível. A decisão também impôs multa de dez vezes o valor de sua remuneração como prefeita.
Em 2016, aproveitando o enfraquecimento da adversária, Marcelo voltou à cena política da cidade, sendo eleito prefeito com mais de três mil votos de frente. Em 2020, novo embate com Domingas: resultado? Marcelo reeleito com dois mil votos de diferença.
Sem poder disputar novamente por conta da legislação eleitoral, Marcelo conseguiu eleger a sobrinha e então secretária de administração, Manuela Pedreira, contra um nome apoiado por Domingas e o PT, também com dois mil votos de vantagem.
Em abril de 2023, o TRF1 chegou a absolver Domingas de uma das ações de improbidade relacionadas à não prestação de contas de convênio com a Funasa. A decisão foi vista como uma possível reabilitação política, mas até o momento não há confirmação oficial de que ela tenha recuperado plenamente sua elegibilidade.
Enquanto isso, o domínio político de Marcelo e seus aliados consolidou-se. O ex-prefeito tornou-se o principal responsável pelo “expurgo” do PT da cidade, fato que chamou a atenção de ACM Neto, que agora o coloca como articulador de sua estratégia para o interior da Bahia.
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