SAJ: Após 18 anos, justiça leiloa bens da Família Bastos para indenização das famílias das vítimas de explosão da fábrica de fogos
Quase 18 anos depois da explosão que matou 64 pessoas em uma fábrica clandestina de fogos, em Santo Antônio de Jesus, as cinco pessoas acusadas de serem responsáveis pela exploração dos trabalhadores não foram presos, nem as famílias das vítimas foram indenizadas e tem lutado por justiça. Entretanto, nesta quinta-feira (17), a justiça mandou leiloar os bens da família Bastos para prover a indenização da família das vítimas da explosão. Em entrevista emitida pela Andaiá FM a senhora Rosangela Rocha, conhecida como Dona Rosa, parente de três das vítimas, disse que o Movimento 11 de Dezembro recebeu essa notícia como um sinal de esperança, “independente dos anos que se passaram, podemos ver o sinal de que a justiça de fato vai acontecer. A magistrada Renata de Morais nos entregou a documentação onde todos os bens do senhor Osvaldo Prazeres Bastos, dono da fábrica de fogos, estão indo a leilão, até mesmo os bens que foram vendidos serão leiloados”, proferiu. De acordo com ela, esse acordo aconteceu por conta do não cumprimento de uma indenização por Osvaldo ás famílias, a partir disso o valor a ser pago aumentou conforme os anos, em 2016 promotora encerrou o ato e marcou o leilão, “foi marcado para o dia 25 de novembro de 2016 e acontecerá em dois momentos, primeiro as 13:30h e o segundo as 14:30h no Fórum. Vale ressaltar que a juíza deixou claro que os imóveis poderão sair até por mil reais, contanto que chegue ao montante para pagamento das famílias”, disse. Rosângela lembrou que já saiu a sentença pelo desembargador de que o Estado e a União foram também culpados, no entanto, o Governador Rui Costa afirmou que recorreria até a última instância, “ele disse que se, até a última instância, ficasse provado que o Estado era culpado, ele viria a Santo Antônio de Jesus, fecharia todas as fábricas de fogos e indenizaria as famílias. Depois da visita do ouvidor a cidade, ninguém do estado nos procurou. Deixo bem claro que essa indenização não é solidariedade ou que a família Prazeres Bastos queira fazer com o movimento, isso é uma obrigação por lei que já deveria ter sido feita há 17 anos atrás. Após isso restará a questão do Estado, município e União, e o júri popular ao qual o culpado foi condenado a dez anos de prisão”, concluiu.(Voz da Bahia)
