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Governador quer expulsão de policiais envolvidos em morte de Geovane: “não honraram a farda que vestiram”
Os 11 policiais militares denunciados pelo Ministério Público e indiciados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pela morte de Geovane Mascarenhas Santana, 22, em agosto do ano passado, não deveriam mais vestir a farda da Polícia Militar, segundo o governador Rui Costa.
“Eu espero que, logo logo, com a decisão da Justiça, que eles deixem de vestir farda, porque eles não merecem e não honraram a farda que vestiram”, disse o governador, em entrevista à Rádio Metrópole, ontem. Ele disse que a ação foi um ato de covardia. “Ali é um ato criminoso, de covardia, que foi feito por alguns servidores públicos que eventualmente estavam vestindo farda”.
O crime, cometido no dia 2 de agosto, foi apurado depois de o CORREIO denunciar o desaparecimento do rapaz, no dia 13 daquele mês. O jornal revelou, com exclusividade, imagens da abordagem policial em que Geovane é colocado dentro de uma viatura da Rondesp.
Em abril deste ano, 11 PMs foram denunciados por sequestro, roubo (a moto e o celular de Geovane não foram localizados) e homicídio qualificado (por motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima) — veja a relação de nomes ao lado. Seis deles foram denunciados também por ocultação de cadáver (Cláudio, Jesimiel, Roberto, Alan, Daniel e Alex).
De acordo com a denúncia, Geovane foi executado dentro da sede da Rondesp, às 21h do dia 2 de agosto. Apesar dos crimes que denuncia, a promotora Isabel Adelaide não pediu a prisão dos policiais e excluiu da acusação os crimes de tortura e formação de quadrilha, que constavam no inquérito do DHPP.
“No momento, não existe motivos para pedir a prisão deles. Primeiro, porque o fato se deu em agosto, então não posso dizer que existe um clamor popular. São pessoas que têm profissão definida e endereço certo e, até então, não existe nenhum motivo que justifique ultrapassar o direito que eles têm de responder ao processo em liberdade”, disse a promotora, em abril deste ano, quando encaminhou a denúncia para o 1º Tribunal do Júri.
O caso corre em segredo de Justiça. Por meio da assessoria de comunicação, o MP informou que não iria comentar a declaração do governador, já que o caso agora está com a Justiça.
Administrativo
Apesar das palavras do governador, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Brandão, rejeitou a expulsão dos policiais — que além do processo judicial, internamente, respondem a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na corporação.
“O processo está andamento, estamos aguardando a sua conclusão. Em breve, vamos ter uma resposta”, informou. O comandante afirmou que vai aguardar um posicionamento do juiz para que a ação seja “em conjunto”.(Correio)