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Governo libera Petrobras para reajustar preço dos combustíveis
O governo decidiu liberar a Petrobras para reajustar o preço dos combustíveis. Mas a definição do porcentual e da data do aumento não foi acertada na reunião desta terça-feira, 4, do conselho de administração da Petrobras, que durou mais de nove horas. Um novo encontro foi marcado para o dia 14, quando, além do reajuste, é também esperada a divulgação do balanço financeiro da estatal no terceiro trimestre. “Reajuste de combustível não se anuncia, pratica-se”, disse a presidente da Petrobras, Graça Foster, ao deixar a reunião.
No início da noite, a estatal soltou um comunicado reiterando que, até o momento, não havia definição sobre o tema. O último aumento nos preços dos combustíveis dado pela Petrobras entrou em vigor no dia 30 de novembro de 2013, quando a gasolina foi reajustada em 4% e o óleo diesel em 8%.
A reunião de hoje ocorreu em Brasília, onde Graça Foster voltou a fazer uma longa apresentação sobre o cenário da companhia e a necessidade da empresa de elevar seus preços para recompor suas margens de lucro. Ao longo de 2014, a estatal trabalhou a maior parte do tempo com uma defasagem de preços na casa dos 20% em relação à cotação do petróleo no mercado internacional. O alívio veio no início de outubro, quando o valor do barril de petróleo entrou em queda livre, passando dos US$ 100 para um patamar em torno de US$ 85.
Com o movimento, a diferença entre os preços praticados no Brasil e no exterior deixou praticamente de existir, o que reduziu os custos da companhia com a importação de derivados de petróleo. Mesmo com a recente trégua, Auro Rozembau, analista de petróleo do Bradesco, calcula que a Petrobras tenha deixado de gerar cerca de R$ 80 bilhões em receita nos últimos três anos por causa da defasagem em relação aos preços praticados no exterior.
Além disso, a valorização do dólar em relação ao real pressiona ainda mais o endividamento da estatal, que já ultrapassa R$ 300 bilhões. A expectativa em torno de um reajuste movimentou as ações da estatal na BM&FBovespa. Sem uma definição sobre o tema, os papéis acabaram próximos à estabilidade. A preocupação agora é com a divulgação do resultado da estatal no terceiro trimestre, que será divulgado no dia 14, data limite para a publicação do balanço pelas regras da Comissão de Valores Mobiliários. (CVM).
Auditoria
A demora na divulgação do resultado se deve a questionamentos feitos pela auditoraPRICEWATERHOUSECOOPERS (PwC). O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, adiantou no domingo que entre eles estavam o pedido da auditoria para a saída do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, citado nas investigações da Operação Lava Jato.
Na sexta-feira, uma reunião do conselho de administração foi interrompida no primeiro item da pauta, quando se discutia as denúncias de corrupção feitas pelo ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Diante da pressão da PwC, na segunda-feira, Machado pediu licença do cargo por 31 dias. Costa alega ter recebido das mãos do presidente licenciado da Transpetro R$ 500 mil em DINHEIRO
vindo de um esquema de corrupção na companhia.
vindo de um esquema de corrupção na companhia.
Pesquisa
Em meio às denúncias de corrupção, rebaixamento da nota pela agência de classificação de risco Moody’s e desvalorização das ações, a Petrobras lançou uma pesquisa entre seus acionistas para avaliar o interesse por seus papéis. O Departamento de Relações com Investidores da estatal informou que o trabalho não tem relação com os “problemas” pelos quais a companhia vem passando, mas funcionará como um termômetro da sua imagem. Mensagem enviada pelo RI da Petrobras aos acionistas relata que a Checon Pesquisa foi contratada para ouvir a opinião sobre os investimentos da petroleira. Diz ainda que o grupo de acionistas que participará da pesquisa será escolhido por sorteio e contatado pela Checon para confirmar o interesse em participar da pesquisa.( Correio)





