Salvador: Delegado foi baleado na mesma rua em que pastora tomou tiro na cabeça

A Rua da Engomadeira, no bairro homônimo de Salvador, tornou-se símbolo da escalada de violência que atinge a capital baiana. Em um intervalo de apenas 11 dias, dois episódios de extrema gravidade assustaram moradores e escancararam a presença de facções criminosas em disputa por território na região.
Na manhã desta segunda-feira (14), o delegado Jean Fiuza foi baleado no braço durante uma operação da Polícia Civil no fim de linha da Engomadeira. Segundo informações de bastidores, a equipe entrou na área para cumprir mandados judiciais, mas acabou cercada por traficantes armados do Comando Vermelho (CV), que realizavam uma festa do tipo “paredão”. O confronto foi intenso e ocorreu sem o apoio da Polícia Militar, que não teria sido comunicada da ação.
Pouco mais de uma semana antes, no dia 3 de julho, a pastora Carine Carvalho foi atingida por um disparo na cabeça ao passar pela mesma rua com o marido, os filhos e um jovem que havia saído de um evento gospel. De acordo com fontes da polícia, os criminosos envolvidos seriam do Bonde do Maluco (BDM), grupo oriundo de São Gonçalo, que tentava invadir o bairro da Engomadeira – onde, tradicionalmente, o controle pertence a uma facção rival.
“O BDM se juntou a traficantes da Lage e da Candelária, ligados ao CV, para avançar sobre a Engomadeira”, relatou uma fonte policial. A investida teria ocorrido mesmo após a pastora exibir uma bíblia como forma de se identificar. Carine foi levada em estado grave para uma unidade de saúde.
Os dois episódios revelam a crescente tensão entre grupos criminosos que, além de desafiarem as forças de segurança, colocam em risco moradores inocentes e profissionais da lei. A ausência de planejamento conjunto entre as polícias também levanta questionamentos sobre o enfrentamento à criminalidade na capital.
Voz da Bahia